Não tenho vontade de viver...



Está sem vontade de viver? Não é tão estranho como parece. Não ter vontade de viver é um sintoma de depressão, transtorno que afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo.
Se se encontra numa situação na qual o mal-estar é muito profundo, pode ter tido pensamentos como "não tenho vontade de fazer nada", ou até mesmo, "não tenho vontade de viver". Esta frase denota um estado emocional e psicológico que inclui:
·       Apatia: você não sente interesse nem motivação para fazer planos ou realizar ações.
·       Abulia: você sente-se sem energia e sem vontade para realizar tarefas ou atividades.
·       Cansaço: você sente-se esgotado.
·       Desespero: você perdeu a esperança no futuro.
Mas porquê que tem falta de vontade de viver? Não ter vontade de viver pode acontecer por diferentes razões:
·       Situação stressante. É possível que tenha sofrido um evento muito stressante na sua vida, alguma mudança ou perda significativa e isso leve a apresentar um transtorno adaptativo ou transtorno depressivo.
·       Situação traumática. Pode ser ter sofrido uma situação traumática como por exemplo, algum tipo de abuso, maus tratos ou violência.
·       Personalidade. É possível que as vivências da sua infância tenham levado a desenvolver determinados traços de personalidade com tendência a depressão. Esses rasgos de personalidade são a dependência, a autocrítica e o pessimismo, entre outros.
·       Bioquímica. É possível que, devido a alguma alteração orgânica, quer seja na biologia ou na química do cérebro, a regulação do estado de ânimo se veja afetada.
·       Hormonas. É possível que, devido a alterações hormonais, a regulação do seu estado de ânimo seja afetada. Os níveis hormonais podem sofrer alterações devido à gravidez ou à menopausa, e também por disfunções em glândulas, como a tireoide, entre outras causas.
·       Doença. Outra das causas pode ser o padecimento de uma doença, em particular certas doenças graves ou crónicas.
·       Substâncias. O consumo de substâncias também pode provocar falta de vontade de viver, quer sejam medicamentos ou drogas.
É certo que, se está a pensar "não tenho vontade de viver", provavelmente apresenta um estado de ânimo depressivo. Então, é o mesmo que ter depressão? Não necessariamente. Você pode apresentar desde um estado de ânimo deprimido por uma situação complicada na sua vida, pode apresentar sintomas depressivos ou pode apresentar um transtorno depressivo. Em último caso, será necessário cumprir uma série de critérios. Dentro dos transtornos depressivos, existem diferentes tipos de transtornos com diferentes características que devem ser avaliados e diagnosticados por profissionais de saúde mental com qualificações para isso.
Mas então o que é a depressão? É uma alteração do estado de humor que afeta tanto os pensamentos como as emoções e o comportamento, sendo caracterizada pela tristeza e desinteresse. No entanto, podem apresentar-se de muitas formas e com diferentes sintomas.
Os principais sintomas de depressão são os seguintes:
·       Tristeza
·       Choro
·       Desespero
·       Vazio
·       Irritabilidade
·       Cansaço
·       Apatia
·       Abulia
·       Anedonia
·       Problemas sexuais
·       Problemas de sono
·       Alterações de apetite
·       Culpabilidade
·       Problemas de memória
·       Problemas de concentração
·       Perda de agilidade psicomotora
·       Pensamentos sobre a morte

Se você acredita que pode ter depressão ou outro transtorno depressivo, é necessário que você consulte um profissional para que ele realize uma avaliação e diagnóstico do seu caso. Se tem depressão, explicamos como sair de uma depressão profunda.
Se se sente profundamente deprimido, é normal que tenha pensamentos pessimistas devido ao cansaço e ao desespero. Como sair de uma depressão profunda? Se tem o pensamento "não tenho vontade de viver", deve saber que o ser humano é desenhado para cumprir duas funções básicas:
·       A sobrevivência.
·       A continuidade da espécie.
Isso significa que o nosso organismo está preparado para garantir a sobrevivência própria e a da espécie. O nosso cérebro é como uma máquina que tem como objetivo fazer com que nos adaptemos ao ambiente, sobrevivamos. Portanto, está na nossa natureza sentir vontade de viver. Sabendo isso, o que pode ser feito quando alguém se sente sem vontade de viver?

1. Faça algo que o(a) faz sentir bem

O primeiro que devemos fazer perante um estado de humor negativo é potenciar as emoções positivas e o bem-estar. A forma mais fácil e imediata de fazê-lo é através dos sentidos. Algumas ideias para isso são:
·       Tome um duche relaxante. Pode ser com água fria, morna ou quente, o que preferir.
·       Coma algo que gosta. Um sabor agradável influencia o estado de ânimo. Com moderação, claro, e sempre seguindo uma alimentação saudável.
·       Coloque roupa confortável e agradável ao tato.
·       Faça uma auto-massagem.
·       Cheiros agradáveis. A aromaterapia defende a influência dos cheiros no estado emocional. Use uma fragrância que goste.
·       Sorria e ria. Sim, procure um vídeo engraçado ou um humorista bom. Também pode forçar o sorriso e o riso, já que a expressão facial influencia o processamento emocional.

2. Faça algo que gosta

Em seguida, é importante aplicar uma técnica chamada ativação comportamental que defende que, através da conduta, podemos influenciar as emoções e os pensamentos. Portanto, a primeira coisa que pode fazer é escolher uma atividade que goste (sair para passear, escutar uma canção animada e dançar, cozinhar,...). Deve ser uma atividade simples, que goste e que não exija muito esforço. Quando tiver escolhido a atividade, faça-a sem pensar. Não dê mais voltas ao assunto. Execute já. No início pode ser que sinta preguiça mas, depois de fazer essa atividade, vai sentir-se muito melhor.

3. Planifique atividades

Quando já tiver começado a ativar o seu corpo, pode apostar num calendário, escolher atividades que lhe apeteçam e marcá-las todos os dias que esteja disponível para fazê-las. Tem o mesmo objetivo que o ponto anterior, ativar o seu corpo para que o organismo produza hormonas, cujos efeitos vão aumentar o bem-estar e melhorar o estado de ânimo. Estes efeitos também terão influência nos pensamentos. As atividades devem ser simples, sem requerer muito esforço e, sobretudo, que goste de praticá-las. Mais tarde, pode ir aumentando o nível de dificuldade e frequência das atividades.

4. Relacione-se

Procure interagir com os outros de forma positiva. Somos seres sociais, vivemos em sociedade e precisamos de comunicar com os demais, expressar-nos e compartilhar, mesmo que cada um o faça de forma diferente. Segundo as suas preferências e necessidades, pode ter maior ou menor contato social, devendo sim cuidar essa área da sua vida. Procure estar rodeado(a) de pessoas positivas, que ofereçam algo à sua vida e cuja companhia contribua para o sem bem-estar. Se tem familiares ou amigos que reúnem estas características, passe tempo com eles e defina tempo para vê-los.

5. Foque-se no aqui e no agora

Centre-se no presente, no que tem agora e no que pode fazer com isso. Dar voltas ao passado ou preocupar-se excessivamente pelo futuro é contraproducente. Como podemos focar-nos no presente? Aplicando o mindfulness. Como fazê-lo?
·       Coloque os 5 sentidos no que está a fazer agora mesmo.
·       Uma coisa de cada vez.
·       Quando surgirem pensamentos sobre o futuro ou o passado, deixe-os ir e volte ao que está fazendo aqui e agora.

6. Questione as suas crenças

Depois dos primeiros pontos, terá conseguido diminuir o mal-estar e poderá pensar com maior clareza. Recorde que as emoções influenciam o pensamento e a conduta e, quando estamos muito tristes ou cansados, os pensamentos estão condicionados por esse estado. Quando tiver saído desse ciclo vicioso, poderá ter pensamentos mais objetivos, e esse será o momento para restruturar os seus pensamentos. Detecte as suas distorções cognitivas. Tem pensamentos como "não faço nada bem", "os outros são melhores que eu" ou "tudo me sai mal"? Pois chegou a hora de questionar esses pensamentos: é mesmo isso que você pensa, de verdade? De certeza que não. No entanto, pensar dessa forma tem repercussões no seu sistema de crenças e, logo, no seu comportamento e no seu estado anímico.
Esse ponto apresenta certa complexidade. Por isso, se não pode fazê-lo sozinho(a), é totalmente normal e recomendado que consulte um profissional.

7. Encontre o sentido da sua vida

Reflita sobre que coisas são importantes para si, que coisas o(a) apaixonam, que coisas faz bem, etc. Qual o sentido da sua existência? O que é que quer oferecer ao mundo, à sociedade, à sua família, ao seu trabalho, à sua equipe de montanhismo, por exemplo? Essa resposta é muito pessoal.

8. Estabeleça metas

Que coisas gostaria de experimentar? Quer aprender algo novo? O que quer conseguir nos próximos meses? As metas e objetivos devem ser claras, específicas, realistas e alcançáveis. Estabelecer uma meta, ter força de vontade e cumprir, gerará satisfação e sensação de bem-estar em si. Além de se repercutir na sua autoestima, melhorar as suas habilidades e capacidades, a sua ideia de si mesmo(a) e a sua percepção de auto-eficácia.

9. Mantenha hábitos saudáveis

Procure manter um estilo de vida saudável implementando hábitos e rotinas saudáveis. Quando está triste e desanimado(a), é normal que não tenha vontade de fazer nada, que não cozinhe, que não pratique desporto, que não cuide de si. Contudo, pense que se se alimenta mal, não faz exercício, não cuida de si, etc, é provável que isso acabe por piorar o seu estado de espírito. Além disso, também será mais propenso(a) a sofrer de alguma outra doença.

10. Cuide de si mesmo(a)

Durante todo este processo, cuide de si. Como fazer isso?
·       Procure conhecer-se. Pratique o autoconhecimento para poder usar as suas forças.
·       Respeite-se a si mesmo(a). Seja honesto(a) consigo mesmo(a) e respeite as suas decisões, as suas preferências, etc.
·       Seja assertivo(a). Expresse a sua opinião de forma respeitosa, mas expresse. Sobretudo, aprenda a dizer que não.
·       Seja amável consigo mesmo(a). Pratique a auto-compaixão, você não é perfeito(a), mas ninguém o é. Tente julgar-se menos e tratar-se bem, como trataria um amigo.
·       Agradeça. Pratique o agradecimento pelo que tem, ao invés de se queixar pelo que não tem. A vida depende da perspetiva que lhe dá.

Texto de  Anna Badia Llobet.

Se está a viver um período como este e necessita de ajuda, se sentir o apelo, entre em contato. Teremos todo o gosto em ajudá-lo(a) a ajudar-se.

📨darzenterapias@gmail.com
📞 (+351) 964 006 363



Comentários

Mensagens populares