Escreva...
Suponha que alguém lhe deu uma caneta e não pode
ver quanta tinta tem. Pode secar logo depois das primeiras palavras ou durar o
suficiente para você criar uma esplêndida obra (ou diversas) ou que dure para
sempre. Você não sabe sem começar.
São as regras do jogo, você realmente nunca sabe.
Tem que examinar cada possibilidade! A regra do jogo não obriga a fazer
qualquer coisa. Você pode, ao invés de usar a caneta, deixá-la numa prateleira
ou numa gaveta onde secasse sem ser utilizada. Mas se decidisse usá-la, o que
faria? Como jogaria esse jogo?
Iria planear e planear antes de escrever cada
palavra? Os seus planos seriam tão extensos que nunca começaria? Ou colocaria a
caneta na mão e simplesmente escreveria, esforçando-se para prosseguir com um
monte de palavras? Escreveria cautelosamente e com cuidado, como se a caneta
secasse no momento seguinte, ou fingiria ou acreditaria (ou fingiria acreditar)
que a caneta escreverá para sempre?
E sobre o que escreveria: sobre amor? Ódio?
Divertimento? Miséria? Vida? Morte? Nada? Tudo? Escreveria sobre si mesmo(a)?
Ou sobre os outros? Ou sobre si mesmo sob a ótica dos outros? As suas letras
seriam tremulas e tímidas ou brilhantes e realçadas? Enfeitadas ou simples?
Você escreveria mesmo? Uma vez que tem a caneta,
nenhuma regra diz que tem que escrever. Você rascunharia? Borrões ou desenhos? Permaneceria
nas linhas, ou não veria nenhuma linha, mesmo se estivessem lá?
Há muito o que pensar sobre isso, não é? Agora,
suponha que alguém lhe deu uma vida...
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